Amostra e amostragem

Amostragem

O processo de amostragem será realizado por conglomerados, tendo como unidades amostrais primárias as 85 escolas do município. Para a seleção das escolas, as mesmas serão inicialmente divididas em 10 estratos, de acordo com as regiões administrativas do município de Florianópolis (Centro, Continente, Norte, Leste e Sul) e o tipo de escola (Pública ou Privada). Em cada estrato serão selecionadas aleatoriamente as escolas a serem incluídas no estudo. Posteriormente realizar-se-á a seleção dos alunos a serem avaliados em cada escola, através de um processo de amostragem sistemática com base na lista de escolares disponíveis em cada escola. Considerando os dados da pesquisa de 2007, em relação ao coeficiente de correlação intra-classe em relação à prevalência de excesso de peso (CCIC=0,008), e considerando o número total de escolas disponíveis para esta pesquisa (n=85), serão selecionadas um total de 30 escolas (35% do total de escolas), e dentro de cada uma será avaliada uma média de 100 crianças. Considerando este plano amostral será possível atingir um número de crianças bastante aproximado com o estimado no cálculo de tamanho de amostra (n=2880), e com o efeito de delineamento desejado (DEFF=1,8).

Cálculo do tamanho da amostra

Para a estimativa da amostra de escolares na faixa etária de 7 a 14 anos a serem investigados foram utilizadas as informações do censo escolar do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), disponível e atualizada até dezembro de 2010 (INEP, 2011). O universo do qual será selecionada a amostra inclui um total de 45.247 alunos, distribuídos entre 85 escolas do Município de Florianópolis que apresentam alunos matriculados nestas faixas etárias (7-14 anos).

Para o cálculo do tamanho da amostra para a estimativa de prevalência foi considerado como desfecho o conceito de excesso de peso (sobrepeso/obesidade) em crianças de acordo com os critérios da OMS de 2006 (escore Z IMC/idade >+1,0) (Onis et al., 2007). As pesquisas realizadas com escolares de 7-10 anos da cidade Florianópolis em 2002 (Vasconcelos et al., 2002) e em 2007  (Vasconcelos et al., 2005),) encontraram prevalências de excesso de peso de 30% e 34%, respectivamente. Considerando estes parâmetros, a prevalência esperada para 2012 e usada para o cálculo de tamanho de amostra foi de 38%. Considerando um erro amostral de 3,5 pontos percentuais (bicaudal) e um intervalo de confiança de 95%, o tamanho de amostra necessário para a pesquisa seria de 727 crianças. Considerando um efeito de delineamento (DEFF) de 1,8 (estimado com base na pesquisa de 2007) o tamanho de amostra total necessário seria de 1309 crianças. Considerando que, para poder realizar comparações com as informações coletadas em 2007 os dados serão estratificados por faixa etária (7-10 anos e 11-14 anos), este tamanho de amostra será duplicado, totalizando assim 2618 crianças a serem entrevistadas. Acrescentando 10% a este valor por eventuais perdas ou recusas à pesquisa, o tamanho de amostra final seria de 2880 crianças.

O cálculo de tamanho de amostra necessário para testar associações com a prevalência de excesso de peso é apresentado no quadro 2. Mantendo valores fixos para a prevalência do desfecho (38% para excesso de peso), do poder do estudo (80%), do erro alfa (5%) e da razão de prevalência (RP=1,5), foram realizadas simulações considerando diferentes prevalências para a exposição e para as prevalências de doença entre os não expostos. Considerando estes parâmetros, o maior tamanho de amostra necessário para testar associações (considerando uma prevalência de exposição de 5%) foi inferior ao tamanho de amostra obtido no caso da estimativa de prevalência (n=2880), mesmo após acréscimo para eventuais perdas/recusas e ajuste para fatores de confusão. Simulações adicionais mostraram que mesmo com prevalências de excesso de peso de 30% e com prevalência de exposição de 5%, este tamanho de amostra seria ainda suficiente para encontrar razões de prevalência iguais ou superiores a 1,5 com poder de 80% e alfa de 5%.

Levantamento 2018/2019

Para a estimativa da amostra foram utilizadas as informações do censo escolar do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP, 2017). Utilizou-se a prevalência em 2012 de 37% (D’Avila et al., 2016), um erro amostral de 3,5 pontos percentuais (bicaudal), um IC 95%, efeito de delineamento (DEFF) de 1,8 (estimado com base na pesquisa de 2007) e considerando as estratificações e acréscimo de 10%, o tamanho de amostra final será de 2880 crianças. O processo de amostragem será por conglomerado. Inicialmente serão sorteadas aleatoriamente 20 escolas, sendo 10 estaduais e 10 municipais. O sorteio será estratificado por região de Florianópolis (leste, sul, norte, centro e continente). Posteriormente, serão sorteadas uma sala de aula de cada série do 2º ao 9º ano da escola. Todas as crianças da série sorteada serão convidadas a participar do estudo.

Participarão do estudo escolares matriculados do 2º ao 9º ano de escolas públicas do município de Florianópolis. Serão considerados os seguintes critérios de inclusão: escolar ter mínimo sete anos de idade completos e no máximo 14 anos e 11 meses de idade, possuir o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinado pelos pais ou responsáveis e possuir o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TA) assinado pelo escolar ou pelos pais ou responsáveis, e estar presente na escola nos dias da aplicação dos instrumentos. Serão excluídos do estudo os escolares que apresentarem alguma patologia que possa impedir o registro do consumo alimentar e atividade física, além da avaliação antropométrica.